Antes de mais nada, gostaríamos de agradecer novamente a todos os ciclistas, voluntários, parceiros e apoiadores que contribuíram para o grande acontecimento que foi o Brevet Randonneurs Mondiaux (BRM) 200 km e Desafios 60 e 100 km Belo Horizonte 2017.
Este foi nosso primeiro BRM da temporada 2017 e também foi a primeira experiência na modalidade de randonneuring para muitos dos participantes.
Mesmo ciclistas que não estão participando pela primeira vez reconheceram a dureza da edição do BRM 200 km BH 2017. Nosso amigo Tatuí afirmou: “Três Brevets de 200 km em Audax organizados pelos Inconfidentes Pedalantes, o último muito sofrido”. E a dureza dessa experiência não se justifica apenas pela grande distância a ser pedalada. Quem participou da reunião técnica deve ter percebido, inclusive, que a variável distância foi a menos abordada em todo o momento de orientações.
Os BRMs exigem muito mais habilidades e capacidades do randoneiro do que se possa imaginar a princípio. Vencer as longas distâncias dos BRMs é muito mais do que resultado de apenas conseguir pedalar muito ou muito rápido.
Cada BRM também tem suas características que o distinguem, que o tornam um desafio e uma experiência única. Devido a isso, cada BRM exige em proporções diferentes cada uma das competências, habilidades e conhecimentos do randoneiro.
Participar de BRMs não é apenas se inscrever e aparecer no dia e pedalar em frente. Além das competências físicas, exige conhecimento, estudo e planejamento. Conhecer antecipadamente as características que definem um BRM é fundamental para se preparar para ele, respeitando o desafio que ele irá proporcionar ao randoneiro e que lhe abrirá vias para se conhecer cada vez mais como ciclista e como ser humano.
O BRM de BH, em sua 3ª edição em 2017, já se configura como nosso BRM que exige mais as habilidades de navegação e compartilhamento de via. Estudar antecipadamente o percurso, saber ler e estudar as planilhas de orientação, estar atento às informações compartilhadas pela organização, tirar dúvidas na reunião técnica, baixar o arquivo gpx, algumas vezes até conhecer algum “nativo” cujo ritmo se pretenda acompanhar… tudo isso pode ajudar o ciclista a permanecer no caminho certo. Alguns ciclistas se perderam pelo caminho e pudemos verificar que alguns desses haviam se esquecido dos passaportes, tiveram as baterias de seus aparelhos de gps ou celulares esgotadas ou não estavam acompanhando devidamente as planilhas de orientação.
Os BRMs não são concebidos, portanto, para serem provas de alta performance. Não há intenção de que os ciclistas completem o percurso no menor tempo possível. Pode até haver interesse particular do ciclista nesse sentido, mas não da modalidade em si. Tanto é assim, que muitos clubes randonneurs, como o nosso, não divulgam publicamente os tempos dos concluintes, a fim de minimizar o espírito de competição entre os ciclistas. Além disso, os tempos de abertura e fechamento dos postos de controle e da chegada são calculados de modo a não estimular a alta velocidade durante o percurso (velocidade média mínima de 15 km/h e média máxima de 30 km/h).
Considerando sua vinculação mais ao cicloturismo do que às provas de alta performance, o randonneuring prima, também, pela descoberta de novas estradas e localidades de maneira a oferecer ao participante a possibilidade de vivenciar novas experiências e viagens. Nesse sentido, muitas vezes, os percursos podem não ser aqueles aos quais mais estamos acostumados em nossos treinos semanais. A opção por passar por dentro das cidades de Confins e Vespasiano visou, portanto, conferir um experiência diferente do usual retorno pelo aeroporto de Confins e Linha Verde. Assim, cada BRM oferece tipos e condições de estradas e caminhos os mais variados. Nem sempre haverá asfalto em perfeitas condições; nem sempre haverá estradas duplicadas e com acostamento. Há BRMs realizados totalmente em estradas de terra, outros que mesclam asfalto e terra, alguns em que se pedala em trechos de areia de praias e até alguns que incluem trechos de single tracks. Muitas vezes, será necessário pedalar por maiores ou menores trechos de calçamento, nas suas mais variadas qualidades e condições.
Todas essas condições são experimentadas pelos organizadores, que traçam o percurso dos BRMs pedalando-o nas mesmas condições em que os participantes o farão. Em nosso caso, fazemos questão de demonstrar que os percursos que elaboramos são próprios para qualquer tipo de bicicleta e, para isso, os percorremos com bicicletas variadas: speeds, MTBs de 26’ e 29’ e reclinadas. Reiteramos aqui que cada BRM tem as características que o definem e o tornam diferente dos demais e que é necessário estar atento às informações que são compartilhadas pelos organizadores antes das inscrições (analisar os regulamentos, a prévia da rota e as condições de participação) e no período anterior à prova, incluindo as atualizações no site do clube e na sua fan page do Facebook, os emails de atualização e orientações encaminhados aos inscritos e, principalmente, na reunião técnica em que entregamos os kits e explicamos detalhes do BRM e compartilhamos as experiências de já o termos pedalado anteriormente.
Entre essas informações constam, também, as orientações com relação ao apoio eventual que a organização poderá oferecer aos participantes. Lembrando que os BRMs são desafios de autossuficência e a organização não é, portanto, obrigada a oferecer esse apoio. Esse apoio é um cuidado a mais que temos com os participantes e é definido por nós, considerando a novidade da modalidade em Minas Gerais e a inexperiência de muitos dos inscritos em provas desse tipo e considerando, também, as condições de oferta de serviços nas estradas e localidades por onde os participantes do BRM passarão. Esse último fator, depende de inúmeras variáveis. Entre elas, a distância entre as localidades e alguma estrutura existente (restaurantes, vendas, postos de combustível, padarias etc.) e a estimativa dos prováveis horários de passagem dos participantes por cada trecho. Como gostamos de ser claros com relação a isso, explicitamos no post de inscrição o que será oferecido. Assim, o participante sabe o que sua inscrição está cobrindo e sabe o que será oferecido pela organização em cada PC a fim de poder se planejar (o que levará de alimento e suplementos, onde irá parar para descansar, quanto de água deve se organizar para conseguir levar etc.).
Como o percurso é muito longo, as parcerias com alguns locais onde se encontram os PCs incluem a possibilidade do ciclista comprar algo na lanchonete, padaria ou restaurante. Essas parcerias são fundamentais para tornamos possível algum conforto relativo para os participantes em alguns PCs, bem como mantermos os custos de organização baixos de modo a não nos vermos obrigados a cobrar valores maiores de inscrição (lembramos que todos nós da organização somos ciclistas que organizamos os BRMs mineiros em nossos momentos de folga, como atividade voluntária, e que é o valor das inscrições que banca tanto os BRMs em si quanto todo o ano de planejamento, viagens e vistorias para definição dos percursos, apoios e parcerias e tudo isso é muito caro). Assim, quando há essa estrutura cedida, não consideramos justo tirar do parceiro a possibilidade de vender, por exemplo, seu isotônico e, por esta razão, não os oferecemos. Podemos pensar em tentar negociar essas parcerias de outra forma, quem sabe incluindo gelo (como sugerido por um participante) ou outras coisas. Mas isso sempre irá depender do que o parceiro esteja disposto a oferecer.
Enfim, esse post já está longo, mas consideramos necessário fazer essas observações em função de estarmos lidando com a divulgação de uma modalidade ainda pouco conhecida em Minas Gerais.
Agradecemos novamente a todos os parceiros (Até Onde Deu pra Ir de Bicicleta, BikeMania, Centro de Referência da Juventude, Eleven Bikes, Churrascaria Carijó – Pedro Leopoldo, Trilhas da Serra Bike Park – Macaúbas), voluntários e ciclistas e pedimos desculpas pela demora em publicarmos essa “resenha” sobre o BRM 200 km e Desafios 60 e 100 km de BH 2017.
E lembramos a todos que o nosso calendário 2017 está recheado de experiências diferentes em Governador Valadares, Belo Horizonte, Itabira, Divinópolis e Uberlândia. Aguardamos todos vocês e estamos sempre à disposição para tirarmos dúvidas com relação à modalidade, aos regulamentos e a cada BRM ou desafio que organizamos. Tenha sempre em vista que um randoneiro não é apenas um ciclista que pedala muito e muito rápido. Ser um randoneiro implica em muito mais habilidades, conhecimentos e competências. Venha descobri-las e desenvolvê-las conosco.
Saudações randoneiras!
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Inconfidentes pedalantes
André Schetino
Andrei Golemsky
Nino Coutinho
Vinícius Mundim
Hamilton junior
Top demais que venha os proximos. Muito bem organizado e estao de Parabens.
Ronaldo Euripedes Merces
Tenho uma regra que não abandono “Cada prova tem sua dificuldade”. Procuro sempre fazer o dever de casa para descobrir qual será a dificuldade e nesta ficou claro que seria navegação. A prova toda foi fantástica e a organização como sempre primorosa. Meu único senão foi na volta de Pedro Leopoldo, talvez por não conhecer a região, me sempre um pouco inseguro em uma estrada pouco movimentada com mato alto e muito lixo e entulho (me pareceu um pouco inseguro), mas como não conheço o lugar foi só sentimento. No restante que venha logo a próxima!
Flávio CRO
Foi uma experiência dura, desgastante e prazerosa, já estou louco para comer mais melancia nos próximos PCs!!
Gustavo Couto
Elevada altimetria, quilometragem e temperatura, associados aos trechos urbanos com muitos quebra-molas, rotatórias, faixas de pedestres, semáforos, buracos e até congestionamento.
Fabuloso, pois tudo isso resultou num grande desafio para os ciclistas, exigindo muita superação para vencê-lo.
Obrigado a todos da organização, aos voluntários e aos companheiros de pedal. Até o próximo.
Cláudio Resende
Foi uma experiência sensacional participar desse Brevet, a organização foi primorosa e o percurso, apesar de já estar habituado com a região, foi surpreendente. Pretendo participar de muitos mais com vocês. Parabéns a todos!